Banda: DARKSHIP
Início de atividades: final de 2010
Discos lançados: “We Are Lost” (álbum – 2016)
Formação atual: Joel Pagliarini, Sílvia Cristina Schneider Knob, Rodrigo Schäfer, Marcos Follador, Ander Santos e Julio Cesar de Azeredo
Cidade/Estado: Carlos Barbosa/RS
BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?
DARKSHIP é uma banda formada em novembro de 2010, em Carlos Barbosa (RS) por Joel Pagliarini (bateria), com o objetivo inicial de tocar alguns covers que nos influenciaram e que fossem bem aceitáveis para o público na época e logo começamos a realizar pequenos shows, mas com o intuito de futuramente compor músicas próprias, já que todos nós sempre tivemos experiências de bandas autorais e de sempre estar criando algo dentro do estilo. E foi assim até janeiro de 2012 quando após a troca de alguns integrantes, o propósito da banda ficou mais sério e queríamos mostrar nossa música e nossa forma de nos expressar para o mundo, foi ali que ingressam à banda Sílvia Cristina Schneider Knob (vocal) e Rodrigo Schäfer (baixo), onde começamos a dar alma ao primeiro álbum da banda, e ao formato que o DARKSHIP está, e mais recente, a entrada de Ander Santos(violino), Marcos Follador(vocais) e Julio Cesar de Azeredo (guitarra) que vieram a agregar em sonoridades e para dar continuidade aos próximos álbuns e alcançar os objetivos da banda.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?
Bom, o problema ou dificuldades aqui no Brasil, não existe só um problema. Existe, é claro um fator de vários pequenos problemas que deixam as coisas difíceis. Em principal, é a falta de cultura musical que estamos enfrentando no país, e a busca pelo conhecimento. O Brasil é um país muito grande e a situação financeira para o público consumir o material de todas as bandas que gostam, não os dá condições, uma banda por muitas vezes não tem condições de fazer uma turnê pelo país por esses fatores, fica difícil se deslocar dentro do próprio estado, imagina do RS ao Amapá, tanto por deslocamento como por valores financeiros. Achamos que a culpa não é do público, em não consumir o material ou não estar indo tanto a shows, a culpa muitas vezes é, mesmo que já estamos mudando um pouco de pensamento e amadurecendo, mas ainda é de promotores amadores, casas de shows, bares e também muitas vezes o despreparo de várias bandas, ao proporcionar ao público algo desagradável, porque o pessoal não vai querer sair de casa, mesmo que o ingresso seja barato, pra ouvir só barulho, para ouvir uma banda tocando que ele não consegue entender nada, que não tenha um atrativo pra você sair de casa. Como é que você convence o pessoal que foi a primeira vez a uma festa e só ouviu barulho a voltar uma segunda vez, e com isso temos mais um problema, que é mostrar pro público que os shows têm qualidade, porque eles já acostumaram com esses “shows brasileiros”, tu vai sabendo que um show de Rock ou Metal não tem qualidade e se tiver é lucro.O cara vê um show de uma banda gringa, ou um show de sertanejo, ou um evento legal , ele vê equipamento de primeira, ele vê a banda num palco excelente, ele vê iluminação maravilhosa, aí depois ele compara com a banda de metal nacional, o cara não tem que entender porque isso acontece, ele só sabe, ele como leigo, como fã de música, ele sabe que o som nacional não é tão bom quanto o gringo ou as festas não são tão legais assim como outras festas podem parecer e isso espanta o público que poderia a vir gostar, participar e consumir o metal nacional.
BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?
Bem o Rock ou o Metal, é em geral, bastante forte e com um dos públicos mais fiéis que existe, sempre foi um movimento paralelo ao mercado musical e inserido dentro do mesmo, em todas as cidades existem um pessoal que é super fã do estilo ou simplesmente simpatiza com as bandas e as músicas do gênero, o mesmo acontece na minha cidade ou na região, quanto em tantas outras do mundo, algumas mais fortes e outras mais fracas. Neste tempo de banda, tivemos bastantes decepções com equipamentos e estruturas de muitas casas de shows ou em eventos que nos apresentamos, pois não nos davam o mínimo necessário para uma apresentação, então partimos para o investimento e termos nossa própria estrutura de shows, tanto em som como iluminação e dispomos de nossa própria qualidade para um show de médio porte, isso nos proporcionou um avanço em podermos mostrar nosso trabalho, pois podemos ir a qualquer lugar, montamos nosso equipamento, e mostrar ao público que comparece, e que pagou pelo ingresso do nosso show, uma estrutura e um espetáculo agradável.
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?
O gênero Rock ou Metal ainda é bem apreciado, se não fosse, bandas não encheriam estádios, público sempre tem e sempre vai ter. O problema agora é nos adaptarmos a realidade de agora, o que acontecia nos anos 70, 80, hoje já não é mais a realidade dos jovens, as propostas mudam e com as mudanças devemos nos enquadrar e buscar pelos caminhos que as pessoas estão propostas a entender e consumir o seu material, seria muito fácil sentar e ficar reclamando que está tudo acabando, mas ao invés disso arregaçamos as mangas e trabalhamos para construir algo melhor, se fosse um movimento em conjunto de muitas bandas e do consentimento do público, estaríamos em outro nível, não estariam muitos só lamentando.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?
Acreditamos que o que falta um pouco é uma mudança de pensamento da população do gênero em geral, que nos levaria a uma melhora gigantesca. Sobre o que podemos ser melhor e mudar algo, sempre pensamos que se você quer o melhor, mostre o melhor, não espere pelo outro, você deve seguir fazendo sempre o melhor que você consegue naquele momento, todos no Darkship se preocupam em dar o melhor ao seu público, investimos em muitas coisas que não sabemos se teremos retorno futuro, mas não deixamos de querer mostrar o melhor de nós, mesmo que isso exige bastante , isso deveria acontecer em todos os pontos, músicos, com as bandas, os bares ou casas de shows, eventos, entre outros que fazem o mercado Rock/Metal movimentar, todos deveriam se importar com o público que irá consumir, isso provavelmente irá dar um retorno, um ajudando o outro é que faz com que tudo melhore, não só no metal, mas isso é uma regra meio que geral, isso é o que está faltando muito hoje em dia.
BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.
Queremos agradecer ao Metal Samsara, aos leitores e todos que vem acompanhando a banda seja em redes sociais ou em shows, o foco sempre será em trabalhar com firmeza e muita qualidade nas suas próximas composições e performances para poder dar ao nosso público o melhor de nossa música, fazendo todos viajar pelos mistérios do DARKSHIP.
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