domingo, 13 de agosto de 2017

TRANSCENDENT - Awakening (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,1/10,0

Tracklist:

1. Welcome
2. Word Redemption
3. Inside Out 
4. Hopeless
5. Dreamless
6. Awakening
7. Second Breath
8. Alienation
9. Interference
10. Z42
11. Sweet Tasting Demise
12. Transcendence
13. The Best I Can
14. Monsters


Banda:


Leandro Baracho - Vocais
Miller Borges - Guitarras
Lucas Nakan - Baixo
Lucas Cavalcante - Teclados
Dino Ramos - Bateria


Contatos:

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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia

Existem vezes que as melhores surpresas vêm de onde menos esperamos. Na realidade, quanto menos conhecemos uma banda, maior a chance de nos surpreender com ela, que pode nos mostrar um trabalho bem acima da média, em discos capazes de colocar a mesma no patamar onde grandes nomes já estabelecidos estão. E esse é o caso do quinteto TRANSCENDENT, de São Paulo (SP), que em seu primeiro álbum, “Awakening”, vem dar uma aula de peso, experimentalismo e bom gosto.

Não é simples de rotular a música do grupo (e esse autor não gosta dessa prática). Com 14 anos de experiência nos ombros, os rapazes fazem uma mistura de estilos que tem Metal, Rock, tendências Progressivas e mesmo Alternativo, só que de uma forma fluida, consensual e de muito bom gosto. Há momentos etéreos e viajantes associados com outros mais empolgantes e mesmo o uso de partes pesadas. Além disso, a música do quinteto é tão pessoal que é bem difícil para muitos digerirem, mas não se pode negar seu enorme valor.

Trocando em miúdos: é excelente, envolvente e inovadora.

Gravado no estúdio PSP, em Guarulhos (SP), a produção é assinada por Tiago Pollon, enquanto a masterização foi feita no exterior, pelas mãos de Andy Vendette (o mesmo que fez trabalhos para RUSH, TOOL e DEEP PURPLE). O resultado é uma sonoridade forte, encorpada e elegante, mas com sua dose essencial de sujeira (que toda banda de Rock que se preze precisa ter), nos permitindo compreender o que o grupo está fazendo, bem como assimilar sua proposta musical. A capa é uma arte bem simples, trabalho feito por Victor Toush, que nos permite prender nossa atenção apenas no lado musical do grupo.

E assim, a musicalidade híbrida do TRANSCENDENT transcende as simples explicações teóricas. É minimalista, bem feito, com arranjos muito bons, mas sem que sua música soe pedante ou inacessível. Longe disso, quanto mais se ouve e compreende o que eles mostram, mais se fica grudado no trabalho da banda. É uma ida sem volta, mas me dou o direito a perguntar: quem quer voltar de uma viagem tão boa assim?

Músicas que se destacam? Vocês estão brincando com este autor?

Falando com sinceridade: tudo que o grupo apresenta musicalmente é indispensável. Mesmo suas instrumentais são preciosas, logo, aconselho a audição do trabalho como um todo. Cito como mera referência aos mais apressadinhos a envolvente “Welcome” e seus arranjos psicodélicos de teclados, a instigante e rica em arranjos “Word Redemption” e suas passagens de guitarras (tanto bases como solos são ótimos), a pesada e cheia de feeling “Inside Out” (que chega apresentando um lado Progressivo ótimo, além de ótimo trabalho em termos de vocais), a introspecção alternativa/progressiva de “Hopeless”, as melodias modernas e ótimo trabalho da base rítmica de “Awakening”, o contraste entre melodias bem feitas e as partes mais agressivas de “Second Breath”, a modernidade vibrante e técnica de “Alienation”, a doce estrutura melódica de “Interference” (onde bom gosto, peso e harmonia se mesclam de uma forma perfeita), a “heavyssíva” “Sweet Tasting Demise” e suas belas linhas harmônicas (fora baixo e bateria estarem muito bem mais uma vez), e a ótima e curta “The Best I Can”. Mas novamente: o disco inteiro é excelente.

Ouçam “Awakening” até cansarem, se conseguirem cansar de um trabalho tão bom e sedutor.


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