terça-feira, 22 de agosto de 2017

SODOMA - Mutapestaminação (Álbum)


2017
Selo: Altera Pars Records
Nacional

Nota: 9,7/10,0


Tracklist:

1. Audiatur et Altera Pars
2. Pesthereticanonica
3. 7Strega
4. Mutapestaminação
5. Libertinos
6. Devora-te
7. Ramaerata
8. Destrói Dei Verbum
9. Viperovz Papisa


Banda:



Hate Devoro - Vocais, baixo
Samidarish - Guitarras
Seth - Guitarras
Dagon - Bateria


Contatos:

Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/sodoma (Media Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Uma banda com identidade já definida pode, entre um disco e outro, sofrer um processo evolutivo. Óbvio, mas acontece de forma que, muitas vezes, não somos capazes de prever. E quanto maior o intervalo de tempo entre dois discos, mais claramente se percebe a evolução de um grupo. E no caso do quarteto SODOMA (de João Pessoa, Paraíba), é evidente ao ouvirmos “Mutapestaminação”, seu novo álbum que acaba de sair, o quanto o grupo evoluiu.

Seis anos separam “Sempiterno Agressor” (penúltimo álbum da banda) e “Mutapestaminação”, e vemos que o Death/Black Metal do grupo evoluiu muito em todos os quesitos. Está mais bem acabado, mais agressivo que antes, com um jeitão um pouco mais envolto no Black Metal, de onde o trabalho atual herdou melodias sombrias. O nível de esporreira sonora do grupo cresceu ainda mais, sem dó os ouvidos alheios, mas ao mesmo tempo, a qualidade estética como um todo está em níveis estratosféricos.

Ou seja, “Mutapestaminação”é um disco infernal em todos os sentidos. Inclusive em ser um disco marcante para o gênero.

As nove canções do álbum passaram pelas mãos de Victor Hugo Targino na produção, mixagem e masterização. Mas o resultado é que, apesar de bruto e explosivo na agressividade, “Mutapestaminação” soa claro e limpo, com timbres instrumentais bem selecionados e pesados. Óbvio que tem aquela dose de peso e crueza que os grupos do gênero precisam ostentar em seus discos, mas a qualidade beira o soberbo.

A arte visual é de primeira, com uma capa desafiadora (feita por Rafael Tavares), layout inteligente, além da diagramação do encarte ser mais simples, mas eficiente e chega onde o grupo quer. E isso em um Digipack interessante, que já pudemos ver antes em bandas do Norte e Nordeste.

E se preparem, pois o SODOMAmostra que veio com sede de sangue e luxúria, soando mais agressivo e requintado que antes. Os arranjos estão muito bem feitos, preenchendo todos os espaços, sem contar que a entrada do baterista Dagon deu mais peso e diversidade aos ritmos do grupo. Maduro, requintado e agressivo até a raiz, é uma regurgitada brutal nos cornos de qualquer atrevido que lhes cruze o caminho.

Essa matilha se esforçou para criar um disco de quebrar os ossos e dentes alheios e fazer história. São nove massacres sonoros de primeira grandeza, cantados em português e mostrando letras bem construídas.

Melhores momentos: a insana e técnica “Pesthereticanonica” e sua tempestade de riffs e solos brutais (uma velocidade extrema, mas com boas mudanças rítmicas), o inferno veloz e opressivo de “7Strega” e seus vocais insanos (e isso sobre um instrumental muito bem feito), o ataque assassino de uma base rítmica sólida e técnica em “Mutapestaminação”(como a bateria está técnica, forçando o baixo a se superar), a libidinosa e provocante “Libertinos” e suas melodias brutais, a mais tradicional em termos de Death/Black Metal “Devora-te” (embora o trabalho dos vocais seja bem diferente do que conhecemos), as partes soturnas e mais cadenciadas da foice musical chamada “Ramaerata”(que guitarras as desse quarteto!), a carnificina de “Destrói Dei Verbum” e novamente a base rítmica cometendo um massacre de ótimo bom gosto (com técnica e um peso salutar), e a o holocausto de pecado e morte que exala da veloz “Viperovz Papisa” e seus vocais insanos (mas como os ritmos se alternam sem que a canção oca). E a introdução “Audiatur et Altera Pars”, que inicia o disco, serve para convocar todos os lobos dessa matilha para um massacre sonoro absurdo e de extremo bom gosto. Ou seja, falei de todas para mostrar como o disco é de alto nível.

Deixem-se seduzir pelo trabalho do SODOMA e unam-se à Matilha para uma caçada de sangue, morte e luxúria ao som de “Mutapestaminação”. Vão gostar da experiência!





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