quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PRECEPTOR (Death Metal - Belo Horizonte/MG)


Banda: PRECEPTOR

Início de atividades: 2004

Discos lançados: “Demo Ensaio 2007”, “Missiva Apocalíptica (EP)”, “Dogmatismo” (CD full lenght)

Formação atual: Du (vocais), Fred (baixo), Morone (bateria), Grilão  (guitarras), Sérgio (guitarras)

Cidade/Estado: BH/MG

PRECEPTOR

BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

A banda é uma reunião de amigos que trocavam fitas K7 e tocavam Death Metal juntos no início dos anos 90. Sérgio e Grilão tocaram no MORTTHRASH em 92, Du e Morone vieram do VECTOR UNDERFATE, outra banda de BH da década de 90 e Fred entrou na banda em 2013, vindo do THROLL e PARADISE IN FLAMES.

O som de bandas como BOLT THROWER, ASPHYX, AUTOPSY, BENEDICTION e UNLEASHED nunca saiu do nosso sangue e com a vida pessoal mais estabilizada enxergamos a possibilidade de voltar à ativa com um projeto de longo prazo. Dessa ideia até hoje já se vão 13 anos. Acabamos de lançar nosso debut, o “Dogmatismo”, e ele representa bem toda essa trajetória.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Tocamos música underground, não esperamos muito apoio, mídia, casas lotadas e estrutura de grandes festivais. Se fosse assim não se chamaria underground. Temos que nos unir e fazer os corres por nós mesmos e duvido muito que um dia será diferente. Pare de reclamar, levante a bunda da cadeira e tenha atitude. O que realmente é complicado é que estamos em um país de dimensões continentais, as distâncias dificultam bastante uma tour, por exemplo. 


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Assim como as bandas amadureceram o cenário também tem se profissionalizado. Por aqui as bandas estão se juntando para promover eventos de forma sustentável. Shows de todos os tipos para todos os bolsos. Temos organizadores de shows de todos os portes, desde shows pequenos, passando pelos festivais com dezenas de bandas e também os grandes shows de bandas gringas. O Coletivo Metalpunk, por exemplo, é uma iniciativa que traz bandas inimagináveis de se ver tocando no Brasil e cobra valores irrisórios de entrada com todo mundo se ajudando.

Recentemente tocamos no Music Hall com o DEICIDE e não temos do que reclamar. Equipamentos, mesários, técnicos de iluminação, passagem de som como manda o figurino, 40 minutos de palco disponível com um som impecável. É claro que não é sempre assim, mas mesmo em shows pequenos temos percebido uma constante preocupação pelo menos com a qualidade do som.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

O Metal nunca vai acabar. Nós estamos velhos e continuamos na estrada, assim como grande parte das bandas que sempre foram referência para nós. Os dinossauros têm mesmo que largar o osso. Existe uma molecada chegando e tocando muito. O futuro, é claro, está nas mãos deles. Por isso, procuramos sempre incentivar e passar para essa molecada um incentivo que não tivemos lá no final dos anos 80. A tecnologia veio para facilitar. Uma faca pode cortar o pão ou matar uma pessoa, tudo depende do uso que se faz dela. Apesar de ainda estarmos aumentando nossas coleções de discos, revistas e zines, o material digital é uma realidade. Não vemos isso com maus olhos, temos que aprender a tirar proveito das facilidades que a tecnologia nos traz, como a de divulgar os materiais em qualquer parte do mundo com muito mais facilidade, por exemplo.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

O cenário é uma engrenagem, faltou uma peça a coisa desanda. As pessoas que comparecem aos eventos são a força motriz. Sem público o cenário não existe. Acho que as bandas que resistem ao teste do tempo já fazem a sua parte. Os organizadores de eventos, casas de shows, técnicos de som, donos de estúdio, também tem participação fundamental nessa engrenagem. O público só sai de casa se todas essas outras peças estiverem desempenhando bem o seu papel.

Já em termos de banda, o conceito de “dar certo” é muito relativo. O que é dar certo? Gravar, vender, rodar o Brasil, ter reconhecimento e tocar lá fora? Ganhar dinheiro? Passar uma vida tocando por diversão e bebendo cerveja depois dos ensaios? Se dar certo é ter sucesso comercial, isso é difícil para qualquer banda de qualquer estilo no mundo todo, imagine para bandas de metal no Brasil.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Ninguém tem obrigação de ouvir banda que não gosta, muito menos comprar material, mas se na sua cidade alguém está fazendo um trabalho que você curte, procure apoiar, conhecer melhor, ir aos shows, interagir com os caras. Isso é a gasolina que nos mantém nessa “roubada”.


Links para contatos: preceptorbr@gmail.com

Links para audição:
https://youtu.be/IiWzLuk3OAk

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